Não é que seja novidade, mas agora com esta situação da contaminação do JET A1 do Faial podemos comprovar o que já se tinha dito: é perfeitamente possível fazer voos de ida e volta entre Lisboa e o Faial ou Pico sem reabastecer.
Embora existam motivos que podem tornar desejável o abastecimento nestas ilhas não deixo ficar a pensar nas razões que leva a TAP a programar voos extraordinários para o Pico com escala na Terceira, especialmente na altura do Natal e Páscoa, em que chegou a acontecer não desembarcar ou embarcar ninguém nessa escala, porque, num estilo um bocado à teoria da conspiração, a ideia que fica é que não querem mostrar que esses voos directos são possíveis.
Na prática, não sei dizer se nesses dias saíra mais barato trazer o combustível extra para o regresso ou escalar a Terceira para reabastecer, mas pelo o que está a acontecer com os voos da Horta dá ideia que é mesmo mais barato trazer os tanques cheios, situação que já ocorria por exemplo em dias de mau tempo.
Se assim for, questiono-me se não há mesmo alguma má vontade, ou pelo menos falta de vontade de servir melhor o Pico.
Tudo isto também leva-me a acreditar que quando finalmente chegar o combustível ao Pico não vai ser o fim dos voos directos, o aeroporto apenas passará a oferecer uma maior flexibilidade ás companhias. Veremos se ao menos isso aproveitam...
Embora existam motivos que podem tornar desejável o abastecimento nestas ilhas não deixo ficar a pensar nas razões que leva a TAP a programar voos extraordinários para o Pico com escala na Terceira, especialmente na altura do Natal e Páscoa, em que chegou a acontecer não desembarcar ou embarcar ninguém nessa escala, porque, num estilo um bocado à teoria da conspiração, a ideia que fica é que não querem mostrar que esses voos directos são possíveis.
Na prática, não sei dizer se nesses dias saíra mais barato trazer o combustível extra para o regresso ou escalar a Terceira para reabastecer, mas pelo o que está a acontecer com os voos da Horta dá ideia que é mesmo mais barato trazer os tanques cheios, situação que já ocorria por exemplo em dias de mau tempo.
Se assim for, questiono-me se não há mesmo alguma má vontade, ou pelo menos falta de vontade de servir melhor o Pico.
Tudo isto também leva-me a acreditar que quando finalmente chegar o combustível ao Pico não vai ser o fim dos voos directos, o aeroporto apenas passará a oferecer uma maior flexibilidade ás companhias. Veremos se ao menos isso aproveitam...
Comentários
Só é possível fazer o vôo sem reabastecer se tiver poucos passageiros!
Em teoria voo pode ser feito com uma ocupação muito boa, aliás, mesmo cheio, mas sim, deve estar sujeito a algumas restrições, que no entanto podem nem ser tão severas com as que advêm do comprimento da pista.
Passo a explicar, o que vai limitar a capacidade de trazer combustível extra é o MLW de 64.5 toneladas do A320. Em vazio pesa cerca de 40 tons, valor que pode variar um bocado dependendo da versão. Se assumirmos que são necessários cerca de 9 tons de combustível para voltar a Lisboa, com alternantes e holdings considerados, temos 49 ton a aterrar na horta sem payload, e para se aterrar dento do limite de peso restam 15.5 toneladas disponíveis para carga e paxs. Somando mais umas 7 tons para a viagem até à Horta temos cerca de 71.5 tons de TOW em Lisboa, ou seja, abaixo do MTOW que varia desde as 73.5 ás 77 tons. Assim, como se pode ver estamos limitados a cerca de 15.5 tons de payload devido ao MLW. Isto pode equivaler a 155 passageiros e bagagem a 100 kg por cada um…
O TOW na Horta é também limitado pelo comprimento da pista, em certas condições o valor aproxima-se das 64 toneladas, ou seja, nesses dias já existe uma limitação de payload muito semelhante à saída do Faial, com ou sem combustível, não estamos assim perante uma situação operacional anormal para a Horta.
Essas 15.5 tons devem também ser suficientes para fazer os voos que mencionei para o Pico.
Nota: Os valores reais devem variar um pouco porque cada companhia tem as suas configurações e os dados utilizados são da configuração geral de um A320, que no entanto são uma boa aproximação para se ficar com uma ideia.
Coloco esta questão porque, na passada 2ª Feira, um voo com destino ao Faial, após duas tentativas de aterragem, derivou para a Terceira. Após permanecerem algumas horas nesta Ilha, acabaram por regressar a Lisboa. Estaria o aeroporto do Pico inoperacional ou já encerrado?!
Esperam que não vejam isto como um bairrismo exacerbado mas que o assunto é pertinente, lá isso é!
O costume, afinal.
o primeiro vôo foi abastecer a Ponta Delgada.
A culpa de o avião não ter ido para o Pico é do Faial. As pessoas berraram la dentro que não queriam ir para o Pico...e a TAP disse que também não gostava do Pico por isso os passageiros que descanssassem que nao iam aterrar lá...
Paciencia meus senhores!!! Que mania da perseguição!
O nome do blog é AirPico! Pico e os Aviões!
Não é Faial Faial Faial o Pico e às vezes os aviões...
Hoje, o Poeta e Deputado Manuel Alegre, despediu-se do Parlamento. E eu imaginei que todos nós, portugueses, possuíamos a verticalidade e o carácter daquele Homem. E, então, sonhei que o nosso País era o melhor do mundo e que, quando fosse preciso ser-se solidário e amigo, cá estaríamos nós a dizer: Presente!
... Afinal, embora a Terra continue a girar, tudo não passou de um sonho.
Irra! outra vez pelo não avanço da do fornecimento de combustíveis no Pico, que já poderia estar resolvido há muito - assim houvesse vontade; e irra! ainda outra vez pelo novo adiamento da instalação do ILS no malfadado aeroporto que nos coube em sorte!
Responsabilidades, como sempre, não há, e as culpas nunca tem dono!
Apetece fugir!!!
"Em requerimento enviado à Assembleia Legislativa dos Açores, os deputados social-democratas Costa Pereira e Luís Garcia pediram explicações sobre o sucedido, alegando que esta situação, em plena época alta do turismo, “vem penalizar de forma significativa as ligações da Horta com Lisboa, uma vez que as aeronaves operam penalizadas e os passageiros são sujeitos aos incómodos e às demoras de escalas técnicas não previstas em ligações que deveriam ser directas”.
Os parlamentares do PSD/Açores pretendem, por isso, que esta situação “seja normalizada com urgência e prioridade”, dado que “este problema acarreta custos acrescidos às transportadoras (...)"
Muito bem... Mas que será que os senhores do PSD pensam das escalas dos voos para o Pico? O combustível para o Pico foi anunciado pela primeira vez para Junho de 2008... No Pico não deve ser preciso "urgência e prioridade"...
O que estará aqui em causa será a relativa passividade com que se vão tratando certos assuntos no Pico que têm direito a tratamento de máxima prioridade quando se passam noutros lados.
Triste sina a nossa, entregues a quem só quer defender o seu "posto"!
Como expressa o Defensor nº1, cabe aos representantes do Pico, dar a conhecer ao partido e ao parlamento a vossa voz.
Espero não vos ter maçado muito, mas estas considerações, na minha modesta opinião, assentam-nos que nem uma luva.
Bom fim de semana.
O vosso problema é só com a TAP?
A SATA faz mais ligações com o Faial do que com o Pico. Porque não faz as mesmas?
Será porque como afirmam há alguém que não gosta do Pico?
Expliquem-me isso sff
Mas compreendo que fique com essa ideia, uma vez que como é a TAP que opera a rota Pico - Lisboa, é normal que muitos dos exemplos que se façam tenham referência a essa companhia. Da mesma maneira que é normal falar-se do que acontece no Faial para ilustrar o que vai mal no Pico, coisa que muita gente leva logo como bota abaixo derivado do bairrismo, quando a intenção está muito longe disso. Claro que sabemos que o problema não é só da TAP, mas que lógica teria dizer, por exemplo, que a Lufthasa não faz voos directos pó Pico?
No entanto, poderá ler em muitos posts que se critica o actual modelo de serviço de transporte aéreo para os Açores e a respectiva politica que o define, não tão só as companhias que o fazem cumprir. Mas não se pode também isenta-las de qualquer culpa na matéria.
Nunca se disse que o aeroporto da Horta não têm mais tráfego que o do Pico, no entanto as ligações da SATA não acontecem numa razão de 14 para 1 como os voos para Lisboa... A razão de voos SATA normalmente varia entre os 1,5 para 1 até aos 4 para 1, contando ainda para isso a benesse de ter mais destinos inter-ilhas, Flores e Corvo.
O que se diz muitas vezes mas parece que ninguém quer ver, é que um número significativo de passageiros oriundos ou com destino ao Pico utilizam os voos da Horta, mesmo os da SATA, basta relembrar episódios caricatos que foram notícia nos telejornais como passageiros a refilar que não lhes pagavam nada por o voo ter atrasado e terem perdido a lancha para o Pico, tendo assim de passar uma noite no Faial.
Os motivos para essas escolhas são os do costume, melhores horários, melhores ligações, melhores preços, falta de lugares no Pico, etc...
Hoje, com Abril e a Autonomia, já ia sendo tempo de procurar olhar todos por igual, contribuindo, assim, para um desenvolvimento harmónico da Região. Julgo não fazer sentido, haver uma desproporcionalidade tão grande entre duas Ilhas (Faial e Pico), quando as duas têm, sensivelmente, os mesmo número de habitantes e quando - todos o sabemos - muitos passageiros com destino e origem do Pico, são obrigados, por falta de alternativas, a utilizar o aeroporto da Horta nas suas deslocações. Chamem-lhe o que quizerem. Digam o que disserem. Justiça não poderá será, certamente! E deixem-se dessa treta do "quem não é por mim, é contra mim". A tecla, de tanto batida, já está gasta.
É evidente que deve ler-se "Justiça não poderá ser, certamente".
Pela gralha, as minhas desculpas.
Rui fizeste uns cálculos de cabeça, Muito bem. Agora factores extra, primeiro ao peso de descolagem. Se até um ATP tem limitações a descolar do Pico (a partir de uma certa temperatura) imagine-se um A320. Não podemos falar com tanta certeza de pormenores técnicos que apenas a tripulação a bordo sabe. Mais, alternantes! Ir para a Horta com um alternante Terceira.. Isso é um alternante.. Pode ser necessário mais! Pode não estar bom na Terceira ou até mesmo em Ponta Delgada ou Santa Maria. Mais, alternante em Lisboa. Alternar em Lisboa implica ir para Faro, Porto ou Madrid.. As 9 toneladas rapidamente se transformam em 14 toneladas de required fuel e a ter em conta a dificuldade de operacionalidade dos aeródromos que estamos a falar. Para finalizar.. O Pico legalmente não pode servir de alternante à Horta. Segundo as leis internacionais da Aviação Civil, o primeiro aeródromo alternante de um destino terá que estar no mínimo a 50 milhas naúticas de distância.. Ponta Delgada Terceira são perto de 95 milhas naúticas.. Para terem a noção da distância em milhas.. Ou seja.. Pico e Faial estão próximos demais para serem considerados como alternantes um do outro.
"Acreditem que se por acaso se se puder evitar uma escala técnica evita-se."
Claro que sim, o problema é que no caso dos voos da TAP para o Pico a passagem pela terceira não é uma simples escala técnica.
"Se até um ATP tem limitações a descolar do Pico (a partir de uma certa temperatura) imagine-se um A320"
Sim, nunca se disse que o A320 não sai bastante limitado do Pico, aliás, porque se fez uma pista para servir um A320 que ficou tão pequena que lhe causa grandes restrições, é uma das questões mais levantadas neste blog. Mas como poderá facilmente perceber, na situação de que falamos, é o MLW da aeronave em questão que vai limitar a capacidade de trazer combustível extra para regressar sem escalas.
Apenas a tripulação de bordo sabe as particularidades de cada dia, mas as rotas são planeadas antes disso, há que se ter uma ideia geral e foi só isso que eu fiz. Certos dias darão para transportar mais peso e outros para menos, mas ficamos com uma ideia do que se passará.
O número, muito por alto, das 9 tons para Lisboa já tem em consideração alternantes, tempos mínimos de espera e reserva IFR. Estamos a falar do regresso a Lisboa. Na vinda não será raro chegar a valores muito mais elevados quando se considera alternantes fora dos Açores nos dias mesmo maus. São nesses dias que aparecem as tais noticias de bagagens que ficaram atrás porque se precisa de disponibilidade extra para combustível e as restrições das pistas apertam...
O Pico não pode servir de primeiro alternante à Horta e vice-versa. No entanto não é assim tão raro os voos do Pico acabarem por ir ao Faial. Não estou por dentro de como se dá esse processo burocraticamente, se calhar a Horta vem como segundo alterante e depois de se conhecerem as condições opta-se por esse, a verdade é que há maneira de o fazer e está previsto nas obrigações de serviço público que se utilize a Horta quando não se pode operar no Pico e vice versa. Se isso implica ir primeiro à Terceira para cumprir com todas as leis já não sei dizer.
Faial 38.915
Pico 12.442
S.Jorge 11.399
Fonte:Serviço Regional de Estatística
Não inventem para vos beneficiar...
Dêem justificações reais