O Governo esteve à dias em S. Jorge onde visitou as obras de ampliação do seu aeroporto. Nesse contexto voltou a referir os avultados investimentos que têm vindo a ser feitos nas infraestruturas aeroportuárias da região. A verdade é que não se pode negar as melhorias significativas que têm vindo a ser introduzidas nos nossos aeroportos, que só pecam por muitos dos projectos nesta área acabarem por se arrastar mais do que o desejável.
Depois da novela da sinalização luminosa do aeroporto do Pico, estamos agora perante o segundo capítulo com o que se passa com a das Flores. Sobre esse assunto, Carlos César anunciou que já há acordo com a ANA "para o arranque da iluminação da pista das Flores" logo que o INAC dê o seu último parecer sobre a matéria.
Acho estranho que se tenha escolhido a palavra arranque, uma vez que as Flores até já têm luzes instaladas, só espero que não tenha sido um jogo de palavras intencional, para mais tarde deixar lugar a esclarecimentos, como o que foi feito em relação à futura operação no aeroporto de S. Jorge. Já aqui tinha dito, para descontentamento de alguns dos meus comentadores de S. Jorge, que a obra agora em curso não está a ser feita com vista à operação de aviões de grande porte. Embora, aquando do seu lançamento, se tenha dito que este era o primeiro passo para a internacionalização do aeroporto de S. Jorge, o Governo vem agora esclarecer as dúvidas que deixou no ar sobre o assunto, afirmando que as obras não estão a ser feitas para permitir a realização de voos de longo curso. Quer dizer, não foi assim tão claro, os voos para Lisboa não são propriamente de longo curso, mas penso que podemos assumir que esses também não estão nos planos do Governo, uma vez que os objectivos da obra são uma operação mais fiável, segura e com menores penalizações.
Os voos nocturnos são outro objectivo do Governo para o aeroporto de S. Jorge, assim, ficarão de fora das operações nocturnas Graciosa e Corvo, sendo que está previsto que o aeroporto da Graciosa acabe por receber uma intervenção semelhante à que está a acontecer em S. Jorge.
Assim, a Região vai ficar dotada de uma mais valia operacional que permitirá uma melhoria significativa na programação dos voos, falta saber se a SATA a vai aproveitar.
Depois da novela da sinalização luminosa do aeroporto do Pico, estamos agora perante o segundo capítulo com o que se passa com a das Flores. Sobre esse assunto, Carlos César anunciou que já há acordo com a ANA "para o arranque da iluminação da pista das Flores" logo que o INAC dê o seu último parecer sobre a matéria.
Acho estranho que se tenha escolhido a palavra arranque, uma vez que as Flores até já têm luzes instaladas, só espero que não tenha sido um jogo de palavras intencional, para mais tarde deixar lugar a esclarecimentos, como o que foi feito em relação à futura operação no aeroporto de S. Jorge. Já aqui tinha dito, para descontentamento de alguns dos meus comentadores de S. Jorge, que a obra agora em curso não está a ser feita com vista à operação de aviões de grande porte. Embora, aquando do seu lançamento, se tenha dito que este era o primeiro passo para a internacionalização do aeroporto de S. Jorge, o Governo vem agora esclarecer as dúvidas que deixou no ar sobre o assunto, afirmando que as obras não estão a ser feitas para permitir a realização de voos de longo curso. Quer dizer, não foi assim tão claro, os voos para Lisboa não são propriamente de longo curso, mas penso que podemos assumir que esses também não estão nos planos do Governo, uma vez que os objectivos da obra são uma operação mais fiável, segura e com menores penalizações.
Os voos nocturnos são outro objectivo do Governo para o aeroporto de S. Jorge, assim, ficarão de fora das operações nocturnas Graciosa e Corvo, sendo que está previsto que o aeroporto da Graciosa acabe por receber uma intervenção semelhante à que está a acontecer em S. Jorge.
Assim, a Região vai ficar dotada de uma mais valia operacional que permitirá uma melhoria significativa na programação dos voos, falta saber se a SATA a vai aproveitar.
Comentários
1º Comprimento da Pista
2º Uma aproximação IFR
3º Vontade política
1º Já deve ter lido aqui a minha opinião que a pista do Pico é curta para os A320. Estamos a falar de 1745 metros disponíveis para a descolagem e 1655 para a aterragem que comparam com os estimados 1420 e 1270, respectivamente, com que S. Jorge deverá contar após as obras. Dito isso, já aqui se fizeram referência a pistas com comprimentos semelhantes que são servidas por A319, e sobre esse ponto digo que falta a S. Jorge um factor essencial para que a operação nessas pistas seja viável, uma forte apetência comercial. Só se voa para esse tipo de pistas com esse tipo de equipamentos devido à grande rentabilidade dessas rotas, é mais um caso da vertente comercial a pesar mais que a operacional.
Num cálculo muito por alto com base nos documentos de referência para planeamento de aeroportos, um A319 num dia ISA com pista seca, considerando que aterra em S. Jorge com 3 toneladas de combustível que darão para o alternante e para o voo subsequente até ao pico, é gravemente penalizado na aterragem, limitando o payload a umas 10 toneladas, e na descolagem a umas 12,5 toneladas, que compara com um limite sem restrições de 16,8. E estes são valores muito optimistas…
2º Embora as obras agora em curso impliquem a instalação de um VOR/DME, isso só por si não garante que se desenhe uma aproximação IFR a S. Jorge, que não é um procedimento fácil de se desenhar dado a morfologia que envolve a pista e as zonas de aproximação.
3º Sem vontade política não se faz nada. Um exemplo são as actuais ligações ao Pico. Com vontade política podia-se fazer uma coisa diferente, como seja autorizar que os voos sejam feitos por outros tipos de aviões. Dizem que não temos tráfego suficiente para encher um A320, mas as obrigações de serviço público não deixam que se utilize outro tipo de avião. Há aviões que se encaixam como uma luva nesse tipo de operação de nichos. Não vou ao extremo de dizer que um Q400 fazia bem a rota Pico – Lisboa, até porque este avião não pode ser certificado para voos ETOPS, mas um Embraer 170 tem uma capacidade semelhante de passageiros (70-78), é capaz de utilizar quase sem restrições a pista do Pico, pode ser certificado com ETOPS de 90 minutos suficientes para fazer esse voo e tem alcance para o fazer. Também é verdade que nenhuma companhia portuguesa opera este tipo de avião actualmente, mas houvesse vontade política de o fazer, o concurso público podia ao menos prever a utilização deste tipo de aeronaves que facilmente faria lucro num mercado que lhe serve que nem uma luva, possibilitando o aumento de frequências tão desejado. Mas sem vontade de se fazer a coisa funcionar nem sequer vale a pena pensar nisso. Dizer que a rota não tem procura é a forma mais fácil de resolver o problema. Este é um entrave significativo com que S. Jorge também terá de lidar.
Tudos se resume a uma pequena expressão que, ao fim e ao cabo, diz tudo: Vontade política (ou falta dela), como diz o autor do blogue.
E vamos atravessar o canal (sem protesto) toda a vida?
Vejam o que foi dito ao CIP (Conselho da Ilha do Pico) na última visita do Governo ao Pico (ilha maior de 2 de Julho) pelo presidente do governo (e secretário) com a sua arrogância característica: “Não há aumento de ligações porque não há aumento de procura”, ponto final! Claro que enquanto não lhes meterem pelos olhos dentro que a "procura" não sobe porque os passageiros do Pico se "escoam" pelo aeroporto vizinho, que tem mais e melhores ligações, não saímos disto. É preciso quantificar o número de passageiros, com base num estudo/sondagem credível, que defendo há muito, não com base na enganadora estatística do SREA, mas pela proveniência/destino (morada/alojamento) dos mesmos. A estatística só serve para dar argumentos a quem quer continuar a castrar o desenvolvimento do Pico, como muito bem diz o Presidente do CIP, no mesmo jornal. Porque estes senhores “trabalham” com base em números, há que demonstrar-lhes quais os verdadeitos!
E depois, com 2 voos para Lisboa com 43 Horas de diferença em Julho e Agosto, pretende-se o quê? Que a rota cresça exponencialmente?
Até nisto se vê a falta de vontade política e o medo de afrontar interesses instalados: não se determina em que dias e em que horas mais favoráveis deveriam ser realizados os voos, privilégio que deveria assistir a quem paga ao operador aéreo os eventuais prejuízos, depois de um estudo imparcial.
Há muitos indícios de incúria/prejuízo na tomada de decisões que continuarão a prejudicar o aeroporto do Pico e, por via disso, o seu desenvolvimento (ou a beneficiar quem tem sido o benemérito, ao longo dos tempos, das políticas penalizantes para o Pico):
1) - 5 anos para resolver o abastecimento de combustíveis, quando o reservatório já existia em S. Roque e bastava uma viatura adequada;
2) 6 ou 7 anos (?) para o ILS;
3) melhores horários para ligações a Lisboa via Terceira ou S. Miguel que não obrigassem os passageiros a inflacionar os números dos vizinhos;
4) ligações a S. Miguel com regresso no mesmo dia ao Pico, que também proporcionaria aos passageiros da Terceira a mesma situação de vinda e regresso diária (situação que aproveita ao vizinho). E só com um pequeno ajuste nos horários. Se a SATA não o quer fazer, a tutela devia estar atenta a estas coisas!
5) o deixar andar no domínio da hotelaria (hotéis com muito dinheiro público gasto, que se fecham)
6) a malfadada decisão da ilha de valor contra ilha da coesão;
;
7) o arrastamento da definição do hospital de ilha, porque é isso que deveria estar em causa, e não a melhoria de um centro de saúde.
Provavelmente isto não diz respeito à "grande política". Mas os Picoenses deveriam estar atentos a estes pormenores nas próximas eleições, e já que o presidente do governo não gosta de fiscalizadores nos parceiros sociais, deveriam sê-lo, nas urnas, os cidadãos descontentes.
comprimentos graciosenses
O que não significa que a pista do Pico ou a do Faial devam ter esse tipo de comprimentos, uma vez que uma decisão nessa matéria deve ser fundamentada por estudos que avaliem todos os factores envolvidos. Num mundo perfeito todas as pistas não colocariam quaisquer restrições às aeronaves que nelas operam. Factores económicos ou morfológicos são as principais razões porque isso não acontece.
No entanto, continuo convicto que a pista do Pico não tem razão nenhuma para ter ficado como está, penalizando a operação dos A320 num voo até Lisboa. Não estamos a falar dos 2300 metros mas num comprimento que permitisse a utilização da pista por este tipo de equipamentos com a carga útil máxima mais o combustível necessário para se chegar a Lisboa com as reservas 95% dos dias, o que andará no ordem dos 1900 a 2000 metros
Quem deram as canárias ter três ilhas tão aproximadas umas das outras como os Açores tem essas. três
A pista do Pico para ser operacional, além de 3000 metros precisa que cortem a montanha em 1000m.
A grande diferença é que a Madeira gera tráfego e o Pico é o que se vê!!
O tráfego que o Pico gera está em grande medida no Aeroporto do Faial!
Tivesse-mos nós em São Jorge essa facilidade!!!!