O Q400 ainda não voou para as Flores comercialmente. Este facto está a suscitar alguma inquietação que foi expressa num requerimento enviado à assembleia legislativa pelo PSD.
O requerimento sugere como explicação para esta "interdição" a existência de limitações operacionais devido às dimensões da pista.
Não sei o que está a causar o atraso no início dos voos com o Q400 para as Flores, mas posso garantir que a dimensão da pista não pode ser a culpada, uma vez que o novo avião da SATA tem uma performance muito superior ao ATP que até lhe permite descolar das Flores com o peso máximo estrutural, em determinadas condições atmosféricas. A largura da pista também não é problema, uma vez que o avião está certificado para operar em pistas com 30 metros de largura e, caso seja necessário, pode-se pedir um suplemento que lhe permite operar em pistas ainda mais estreitas.
Assim, a única coisa que me parece passível de estar a causar este problema é a resistência da pista. No AIP a resistência da pista está declarada como PCN 15/F/C/X/T. O ACN do Q400 para pavimentos F/C é 18,3. O ACN deveria ser sempre igual ou inferior ao PCN...
Em termos práticos isto quer dizer que a pista das Flores pode sofrer danos estruturais se o Q400 a utilizar de modo sistemático com pesos próximos do seu MTOW.
Não sei se é este o entrave que tem justificado a não operação dos Q400 nas Flores, mas se assim é, vão ser necessárias obras de repavimentação para que o Q400 possa lá operar regularmente, embora a pequena diferença que está em causa entre o ACN e o PCN não deixe adivinhar uma degradação rápida.
Fico a aguardar a resposta ao requerimento e entretanto vou tentar descobrir o ACN do ATP para comparação, que deverá ser um pouco inferior dado a diferença de mais de 6 toneladas no MTOW.
O requerimento sugere como explicação para esta "interdição" a existência de limitações operacionais devido às dimensões da pista.
Não sei o que está a causar o atraso no início dos voos com o Q400 para as Flores, mas posso garantir que a dimensão da pista não pode ser a culpada, uma vez que o novo avião da SATA tem uma performance muito superior ao ATP que até lhe permite descolar das Flores com o peso máximo estrutural, em determinadas condições atmosféricas. A largura da pista também não é problema, uma vez que o avião está certificado para operar em pistas com 30 metros de largura e, caso seja necessário, pode-se pedir um suplemento que lhe permite operar em pistas ainda mais estreitas.
Assim, a única coisa que me parece passível de estar a causar este problema é a resistência da pista. No AIP a resistência da pista está declarada como PCN 15/F/C/X/T. O ACN do Q400 para pavimentos F/C é 18,3. O ACN deveria ser sempre igual ou inferior ao PCN...
Em termos práticos isto quer dizer que a pista das Flores pode sofrer danos estruturais se o Q400 a utilizar de modo sistemático com pesos próximos do seu MTOW.
Não sei se é este o entrave que tem justificado a não operação dos Q400 nas Flores, mas se assim é, vão ser necessárias obras de repavimentação para que o Q400 possa lá operar regularmente, embora a pequena diferença que está em causa entre o ACN e o PCN não deixe adivinhar uma degradação rápida.
Fico a aguardar a resposta ao requerimento e entretanto vou tentar descobrir o ACN do ATP para comparação, que deverá ser um pouco inferior dado a diferença de mais de 6 toneladas no MTOW.
Comentários
Acrescento ainda que o ACN do Q400 nas mesmas condições de pavimento mas com o seu peso em vazio é 9.
Ou seja, o ACN depende do peso, assim, assumindo que é este o problema, pode ser possível operar nas Flores com limitações de peso sem prejudicar a pista. Falta saber quão severas seriam essas limitações e se não comprometeriam economicamente a operação.
cumprimentos e parabéns pelo blog.
Bruno Costa
Tirando o combustivel gasto para chegar as Flores e 20 lugares, fica com certeza com ACN abaixo de 15... mas o Rui é que é o entendido por isso pedia-lhe que fizesse essas contas sff. Talvez seja a solução...
Rui Norberto
Além disso dizem-me que a restrição inicial terá mesmo tido a ver com a largura da pista e que depois de se ter consultado o INAC, foi dado o parecer que não há problema, como seria de esperar dado o que vem no manual de voo do avião. De qualquer forma ainda não tenho confirmação de que tenha sido mesmo assim.
obrigado. Bruno Costa