O mau tempo da última segunda feira serviu de pretexto para relembrar a discussão sobre a concentração da frota da SATA Air Açores em Ponta Delgada. Parece que estavam à espera de um dia destes há algum tempo para puderem mandar esta boca, que, a meu ver, é um tiro ao lado.
Dizem: "Se estivesse um avião na Terceira os voos para o Pico, S. Jorge, Graciosa, Flores e Corvo ter-se-iam realizado". Pois bem, estava um avião na Terceira... Um Q200 saiu nessa manhã de Ponta Delgada, ainda fez o voo para a Graciosa mas até teve de cancelar para S. Jorge por causa do vento Norte... E um avião não conseguiria fazer todos esses voos numa manhã. A partir daqui, tudo o que se diga que teria corrido melhor se a SATA mantivesse um avião estacionado na Terceira não é válido, afinal estava lá um avião e não se conseguiu resolver as coisas melhor. Mau tempo é mau tempo e não é um avião estacionado na Terceira que resolve esse problema, até porque neste caso específico em que o aeroporto fechado é Ponta Delgada vão sempre existir muitos passageiros afectados.
Outra questão que se tem vindo a colocar, é a da necessidade de os aviões terem de voltar da Terceira para Ponta Delgada para mudar de tripulações e continuar com o turno da tarde, alegando-se até má gestão de frota.
Eu não vejo nada disso, a rota que necessita de mais voos aqui nos Açores é TER-PDL, esses voos não voltam vazios como se quer fazer passar e se o avião estivesse baseado na Terceira teriam que continuar a realiza-los porque há necessidade disso. Esses voos são exactamente o contrário do que se diz, são uma boa gestão da frota que, em épocas de baixa ocupação, além de transportarem passageiros das outras ilhas do grupo central para S. Miguel, aproveitam para servir também a Terceira melhorando a ocupação geral.
No verão, são mais comuns os voos directos para PDL sem escala na Terceira, os tempos são outros, à 10 anos é que se parava sempre na Terceira vindo do Pico, S. Jorge e até Faial. Rotações como PDL-PIX-TER-SJZ-PDL-TER-PDL são exemplo disso, o avião volta à Terceira porque há necessidade de realizar esse voo, não estamos perante um cenário de voos de posição quase sem passageiros como se quer fazer parecer.
E chamemos as coisas pelos nomes, esta situação não é nova, convêm lembrar que o Dornier que ficava na Terceira só voava regularmente 3 vezes por semana e apenas na ligação ao Corvo. Não servia para regularizar as situações de que se queixam agora nem estava a SATA com uma melhor gestão de frota por causa disso. Afinal só transportava 18 passageiros, e exigia tripulações e programas de manutenção próprios só para voar nesses dias. Quando se quer reivindicar um avião estacionado na Terceira não se pode comparar um Renault clio com um autocarro... O que reivindicam é uma coisa nova e, na minha opinião, a estrutura de rotas da SATA já não o justifica, especialmente no Verão.
Falta ainda dizer que a SATA vai ter 1 Q200 na Madeira, 1 Q400 a fazer 4 vezes por semana os voos PDL-FNC-LPA e PDL-FNC-FAO, restando, assim por alto, 1 Q200 e 3 Q400 para os voos inter-ilhas. Logo, é muito fácil falar em mais frequências com os Q200 no lugar dos Q400 nas rotas do grupo central, mas isso não é possível com a nova frota da SATA. Também eu gostava de ver mais frequências com aviões mais pequenos ao invés de poucas com um avião grande. Se bem que, isso sim, seria servir as populações, não nos podemos alhear dos custos extra de fazer 2 voos em vez de 1. Se o transporte aéreo nos Açores realmente "não pode ser gerido com base numa filosofia centralista e economicista", o que eu quero são aviões pequenos para puder escolher ir a uma ilha de manhã ou de tarde, ou até ir e voltar no mesmo dia, e não uma base na Terceira.
Dito isto devo acrescentar que acho que a base da SATA devia ter sido na Terceira, especialmente desde a década de 80, por todas as questões relacionadas com a centralidade e distribuição de tráfego, mas a partir do momento que historicamente nunca foi assim, quer pela força de S. Miguel, quer pelas dificuldades levantadas pelo facto do aeroporto Terceirense ter raízes militares, já não faz sentido mudar a nossa realidade. Hoje em dia os voos do grupo central para PDL têm por norma mais procura que os voos para a Terceira...
Dizem: "Se estivesse um avião na Terceira os voos para o Pico, S. Jorge, Graciosa, Flores e Corvo ter-se-iam realizado". Pois bem, estava um avião na Terceira... Um Q200 saiu nessa manhã de Ponta Delgada, ainda fez o voo para a Graciosa mas até teve de cancelar para S. Jorge por causa do vento Norte... E um avião não conseguiria fazer todos esses voos numa manhã. A partir daqui, tudo o que se diga que teria corrido melhor se a SATA mantivesse um avião estacionado na Terceira não é válido, afinal estava lá um avião e não se conseguiu resolver as coisas melhor. Mau tempo é mau tempo e não é um avião estacionado na Terceira que resolve esse problema, até porque neste caso específico em que o aeroporto fechado é Ponta Delgada vão sempre existir muitos passageiros afectados.
Outra questão que se tem vindo a colocar, é a da necessidade de os aviões terem de voltar da Terceira para Ponta Delgada para mudar de tripulações e continuar com o turno da tarde, alegando-se até má gestão de frota.
Eu não vejo nada disso, a rota que necessita de mais voos aqui nos Açores é TER-PDL, esses voos não voltam vazios como se quer fazer passar e se o avião estivesse baseado na Terceira teriam que continuar a realiza-los porque há necessidade disso. Esses voos são exactamente o contrário do que se diz, são uma boa gestão da frota que, em épocas de baixa ocupação, além de transportarem passageiros das outras ilhas do grupo central para S. Miguel, aproveitam para servir também a Terceira melhorando a ocupação geral.
No verão, são mais comuns os voos directos para PDL sem escala na Terceira, os tempos são outros, à 10 anos é que se parava sempre na Terceira vindo do Pico, S. Jorge e até Faial. Rotações como PDL-PIX-TER-SJZ-PDL-TER-PDL são exemplo disso, o avião volta à Terceira porque há necessidade de realizar esse voo, não estamos perante um cenário de voos de posição quase sem passageiros como se quer fazer parecer.
E chamemos as coisas pelos nomes, esta situação não é nova, convêm lembrar que o Dornier que ficava na Terceira só voava regularmente 3 vezes por semana e apenas na ligação ao Corvo. Não servia para regularizar as situações de que se queixam agora nem estava a SATA com uma melhor gestão de frota por causa disso. Afinal só transportava 18 passageiros, e exigia tripulações e programas de manutenção próprios só para voar nesses dias. Quando se quer reivindicar um avião estacionado na Terceira não se pode comparar um Renault clio com um autocarro... O que reivindicam é uma coisa nova e, na minha opinião, a estrutura de rotas da SATA já não o justifica, especialmente no Verão.
Falta ainda dizer que a SATA vai ter 1 Q200 na Madeira, 1 Q400 a fazer 4 vezes por semana os voos PDL-FNC-LPA e PDL-FNC-FAO, restando, assim por alto, 1 Q200 e 3 Q400 para os voos inter-ilhas. Logo, é muito fácil falar em mais frequências com os Q200 no lugar dos Q400 nas rotas do grupo central, mas isso não é possível com a nova frota da SATA. Também eu gostava de ver mais frequências com aviões mais pequenos ao invés de poucas com um avião grande. Se bem que, isso sim, seria servir as populações, não nos podemos alhear dos custos extra de fazer 2 voos em vez de 1. Se o transporte aéreo nos Açores realmente "não pode ser gerido com base numa filosofia centralista e economicista", o que eu quero são aviões pequenos para puder escolher ir a uma ilha de manhã ou de tarde, ou até ir e voltar no mesmo dia, e não uma base na Terceira.
Dito isto devo acrescentar que acho que a base da SATA devia ter sido na Terceira, especialmente desde a década de 80, por todas as questões relacionadas com a centralidade e distribuição de tráfego, mas a partir do momento que historicamente nunca foi assim, quer pela força de S. Miguel, quer pelas dificuldades levantadas pelo facto do aeroporto Terceirense ter raízes militares, já não faz sentido mudar a nossa realidade. Hoje em dia os voos do grupo central para PDL têm por norma mais procura que os voos para a Terceira...
Comentários
As Lajes são um aeroporto internacional, de gestão militar, mas que permite tráfego civil que é assistido na aerogare civil cuja gestão é da responsabilidade do Governo Regional.
Não, também ainda não há ILS, nem no Pico nem no Faial.
2 factos concretos:
-Enquanto o Dornier estava estacionado na Terceira, a frota da SATA já estava concentrada em S. Miguel, e não era o dornier que nos salvava dos “grandes transtornos e prejuízos aos açorianos das outras ilhas do arquipélago”
-Fazem-se, praticamente todos os dias, dois voos, um ao começo do dia e outro ao fim do dia, PDL-TER-PDL, antes do avião ter saído para qualquer lado e depois do o avião ter chegado de qualquer lado. Se realmente houvesse oferta mais que suficiente nos tais aclamados voos vazios que, dizem eles, só vêm a PDL trocar de tripulações, porque é que ainda se fazem mais estes dois voos?
E fechando o aeroporto de PDL por meteo vão sempre ser afectados muitos açorianos, afinal é o aeroporto que mais movimento tem. E quer-me parecer que os tais 500 passageiros que servem para o efeito chocante da notícia incluem os do voo de Lisboa...
Aéreos também tem que ser bem gerido. Não é porque há um lobby terceirence a pensar que um avião baseado na Terceira lhes traria vantagens (o que é muito discutível conforme demonstrado pelo Rui) que se lhes vai fazer a vontade, não é?
No entanto não concordo que seja na Terceira mas sim no Pico.
Efectivamente temos todas as condições para ter metade da frota da Sata no nosso aeroporto sem causar nenhum constrangimento; espaço não falta e sempre era a forma de rentabilizar o monstruoso investimento que foi feito pelo nosso governo.Até mete dó, ver tanto espaço disponível sem aviões!!
Querem tudo e mais alguma coisa!
Começaram por querer tirar metade dos vôos da TAP ao Faial e agora querem tirar metade da frota da SATA a S. Miguel! O problema é que não têem passageiros para justificar o monstruoso investimento que lá foi feito !!!
Devia-se, pelo menos informar, antes de falar. O Dornier quando veio para a SATA e durante os anos 90 fazia voos para TODAS AS ILHAS DOS AÇORES! Ouviu? TODAS! Não voava só para o COrvo como diz, papagaiando as palavras do papagaio mór Menezes!
O Dornier foi em parte dos anos 90, o avião da SATA que mais voou com 4 e mesmo 5 tripulações atribuídas! POrquê? PORQUE VOAVA PARA TODAS AS ILHAS (DE SANTA MARIA AO CORVO)! A PArtir de 2000 começaram a retirar voos ao Dornier com o único objectivo de o conotar como avião não necessário (E ISTO É UM PROBLEMA DE DOR DE COTOVELO INTERNA DA SATA!). Ainda assim o Dornier continuou a voara para o Pico, São Jorge e Graciosa, tendo voado para estes dois últimos destinos até 2006! Ou Seja apenas entre 2006 e 2009 (4 anos apenas!!!!) é que o Dornier apenas voou para o Corvo (via Horta, e Flores)! 4 ANOS APENAS! 4 anos em 16 de vida na SATA!!!
Portanto se o Rui se não sabe do que fala, não invente(!), mas principalmente não minta!
Por fim deixo-lhe um artigo que copiei do Diário Insular da autoria de um Cmdte. de Airbus, ex-piloto da Força Aérea colocado na BAse das LAjes para lhe abrir um pouco essa cabecinha fechada:
Bem... Já todos sabemos que a confirmar-se a decisão da SATA de eliminar a Base de Operação da ilha Terceira (passando a operar exclusivamente a partir de Ponta Delgada) iremos ficar todos pior! Todos, refiro-me obviamente a todos os que vivem ou visitam os Açores!
Já foram focados vários aspectos negativos que esta política operacional trará, nomeadamente nos cenários resultantes do inopinado encerramento da pista de Ponta Delgada (devido ao mau tempo ou a outras causas físicas), mas pouco se explorou a questão da normal operação diária, o dia-a-dia das ligações aéreas, que também tem que se lhe diga!...
Já nos tempos em que voava nos Açores me fazia consusão a centralização de praticamente toda a frota da SATA na ilha de São Miguel - excepção ao carismático Dornier! Não é preciso ser da área da aviação, para perceber que, neste contexto (dos transportes inter-ilhas), a centralização geográfica sempre se deveria ter sobreposto à centralização política!...
Pois é, anunciou a SATA que o novo Dash 8-200 (em substituição do Dornier 228) iria servir essencialmente as ilhas do Grupo Ocidental, Graciosa e São Jorge - até aqui tudo bem... o senao é que a sua base de operaçoes passaria a ser Ponta Delgada. Querem fazer as ligações para o G. Ocidental e para a Graciosa e São Jorge a partir da outra ponta do Arquipélago. Afinal qual é o objectivo da SATA? Se pretendem piorar as ligações aéreas, aumentar ainda mais os preços dos bilhetes e servir pior a população, então vão consegui-lo!
Ligações aéreas
Como é que se podem melhorar as ligações aéreas? O que é que um passageiro pretende de uma ligação aérea?
Bom, eventualmente a resposta não será igual para todos, mas há parâmetros que são generalistas, como por exemplo: economia, rapidez e flexibilidade (ou seja, voos de ligação mais curtos e em horários adequados)...
Vou exemplificar analisando o caso da Graciosa e São Jorge já sob operação do novo Dash 8-200 (o tal que querem colocar em São Miguel em vez da Terceira) . Claro está que o ideal seriam muitos voos ao longo do dia, mas há que ver o reverso da moeda: Apesar da SATA prestar Serviço Público, não se lhe poderá exigir que faça desmesuradas ligações aéreas apenas para bem servir, ignorando os custos inerentes a esses voos (que certamente teriam uma ocupação baixíssima). Portanto, o mínimo que poderá exigir-se, ou esperar-se(...), é que exista pelo menos um voo de manhã que permita a ligação ao continente ou às outras ilhas (naturalmente através da Terceira, que fica a apenas 20 ou 30 minutos de voo, dependendo do caso (Graciosa ou São Jorge, respectivamente)) e um voo ao fim da tarde (que permita que os passageiros oriundos do continente e de outras ilhas tenham sempre a ligação garantida à ilha pretendida. Isto é o mínimo, claro que com um ou mais voos a meio do dia, especialmente no Verão, as ilhas ficariam aí sim bem servidas: Para isso haveria que pesar bem as necessidades e/ou obrigações versus custos.
(cont.)
2- Ou então a SATA pretende fazer, com o Dash 8-200, voos directos de Ponta Delgada para o Grupo Ocidental? Neste caso, os corvinos acrescentarão sensivelmente mais uma hora de voo (meia hora para cada lado) de ligações aéreas em relação ao que fazem actualmente! Além disso, sendo esta a maior rota dentro do arquipélago (em termos de distância) e ao mesmo tempo das que movimenta mais passageiros (pelo menos) no Verão, fará algum sentido utilizar o avião mais pequeno e mais lento em vez do maior e mais rápido? Seria, à escala, um pouco como a TAP "tentar" fazer os voos de Lisboa para o Brasil com o Airbus 319, o seu avião mais pequeno (e consideravelmente mais lento que o avião de longo-curso, o Airbus 340).
Por outro lado a rota do Corvo, como toda a gente por certo calculará, dá muito prejuízo no Inverno, devido à baixa percentagem de ocupação. Uma vez que se tarta de Serviço Público (que tem de ser feito!), não seria, pergunto eu, sensato minimizar esse prejuízo?... Parece que não, a SATA deve quer aumentar o prejuízo ao fazer as ligações ao Corvo a partir do extremo oposto do Arquipélago! Mais horas de voo de baixa ocupação, mais prejuízo! E como é que no meio de tudo isto os preços poderão baixar? Só se, por trás, o Governo injectar mais dinheiro na SATA e a diminuição das tarifas será apenas fachada (falso marketing), pois nós estaremos a pagar o mesmo (ou mais!) através dos impostos!
Conclusão: O Dash 8-200 (que substitui o Dornier, colocado na Terceira há muitos anos) ao ser políticamente colocado em São Miguel - Escusam de falar em estratégia operacional pois está mais do que provado que esta não existe! - vai prejudicar as ligações aéreas nos Açores. Seja por passar a efectuar rotas mais longas (logo mais dispendiosas) ou por andar a perder tempo nas ligações entre Ponta Delgada e Terceira - enquanto deveria utilizar esse tempo para fazer mais e importantes ligações no Grupo Central - os Açores vão ficar pior servidos em termos de transportes aéreos! Quem é que ficará eventualmente melhor? Apenas os passageiros que se encontrarem em Ponta Delgada, pois terão efectivamente mais voos do que antes. E o que dizer ao serviço (e qualidade de serviço) que deverá ser igualmente prestado às restantes oito ilhas, não conta?
Cmdt.(A320) Armenio de Morais Ramos
ATPL(A) 1459
E chegamos ao busílis da questão:
- Com um avião colocado na Terceira será possível fazer dois voos, justamente à Graciosa e a São Jorge, de modo a que esses passageiros tenham as ligações pretendidas (continente ou ilhas). Basta para isso que o avião faça a primeira descolagem às 07:00 da manhã. Por exemplo: Terceira (07:00)-Graciosa (07:25), Graciosa(07:45)-Terceira(08:10), seguido de: Terceira (08:30)-São Jorge(09:00), São Jorge(09:20)-Terceira(09:50).
- Ao invés, se esse mesmo avião estiver antes colocado em São Miguel, para fazer esses mesmos voos, o avião teria de descolar de Ponta Delgada às 06:00 da manhã! Muito provavelmente vazio, pois quem é que procura um voo destes, que implica estar no check-in às 05:00 da manhã?!... Praticamente ninguém!!!
Como se poderia evitar este desnecessário voo das 06:00 da manhã? Apenas com a pernoita do avião e das tripulações nas Lajes!.... E voltamos ao mesmo: Para quê colocar aeronaves e tripulações, que estão colocadas em São MIguel, a pernoitar nas Lajes (com os custos inerentes: Hotel e ajudas de custo para os tripulantes) se tudo seria facilmente evitável caso a base de apenas um avião e respectivas tripulações, se mantivesse na Terceira!
Mas a SATA (e o Governo!), contra tudo e todos, diz que não e que quer mesmo todos os aviões na "capital", mas, como o tal voo das 06:00 da manhã seria completamente descabido, então corta-se o mal pela raíz: Não se faz o voo a essa hora mas sim uma hora mais tarde e faz-se apenas a ligação a uma ilha! Simples, não é? Ora, quem é que vamos deixar de fora, a Graciosa ou São Jorge?
Por outras palavras, com este avião (Dash 8-200) baseado em São Miguel, as ligações Ponta Delgada - Terceira - Ponta Delgada são pura perda de tempo e só servem para queimar o Período de Serviço de Voo das tripulações! Tempo esse, suficiente - tivesse o avião baseado na Terceira - para fazer uma preciosa ligação a São Jorge, Graciosa ou mesmo Pico! E, assim sendo, ao fim do dia seria possível fazer ligações às mesmas ilhas em horários mais adequados, pois não existiria a condicionante temporal de fazer regressar o avião a Ponta Delgada.
Resumindo: Neste simples exemplo verifica-se que, com um avião colocado na Terceira, é possível fazer quatro ligações aéreas (duas de manhã e duas à tarde) extremamente eficazes, um verdadeiro Serviço Público! Se o Dash 8-200 vem, como diz a SATA, para servir o Grupo Central e Ocidental então coloque-se o avião no centro dessa operação, no Grupo Central!
E, já agora, a propósito de Grupo Ocidental... Será que os Corvinos - Corvinos? Sim corvinos, pois caso não se lembrem, são as dimensões da pista do Corvo que originaram a necessidade de aquisição do Dash 8 -200! -, ficarão melhor servidos se o avião for baseado em Ponta Delgada? Para já vejo dois cenários possíveis:
1- Os voos de ligação ao Corvo ficam tal qual como estão, à excepção de serem originados e terminarem em Ponta Delgada. Uma vez mais: Perda de tempo! Essa rota é mais apropriada para Dash 8 -400 (que vem substituír o ATP) para corresponder de forma eficaz às necessidades da mesma (ou seja uma rota que movimenta mais passageiros). Na mesma ordem de ideias, o Dash 8-200 (que vem substituír o Dornier) não pode andar a perder tempo aos pulinhos entre Ponta Delgada e Terceira, que não é a rota para a qual é eficaz ou, aliás, para a qual (segundo a própria SATA!) terá sido adquirido!
(cont.)
Pois, falar é fácil...
Basta ver a referência ao que considera desperdício nos voos PDL-HOR-CVU-FLW-CVU-HOR-PDL que se realizaram de inverno, quando se trata do oposto, sendo esse voo aproveitado para servir 2 outras ilhas com ligação uma ligação a PDL que de outra forma seria difícil de conseguir e ainda garantindo a racionalização da frota.
Falar é fácil... Não olhem só para o vosso umbigo, é como diz o artigo, e as outras 8 não contam?
Gostava que me indicasse a minha mentira, pelo que diz deduzo que tenha a ver com o que disse da operação do Dornier, e assim sendo pergunto-lhe, é mentira que os únicos voos que fazia regularmente eram para o Corvo?
Posso dar um pouco da mão à palmatória como gesto de boa vontade, afinal ele também era frequentemente fretado pelo banco de Portugal, mas a sua referência aos voos dos anos 90 está ultrapassada, os tempos mudam, não queira comparar as ligações aéreas dos Açores de hoje com as dessa altura. A realidade não é a mesma e mantenho o que disse. Além disso tente fazer o exercício que propõe a Mariana para as 15 rotas que a SATA é obrigada a manter e pode ser que se aperceba um pouco da complexidade desta questão.
Mais uma vez não digo que as coisas estão excelentes assim e que não se precisa de ir melhorando, mas, na minha opinião, não é grande melhoria uma base na Terceira. A ser decidido uma duplicação de custos na operação que o façam na utilização de aviões mais pequenos com o implícito aumento de frequências.
Colocar um avião na Terceira não tem quaisquer encargos adicionais, quanto mais duplicação de custos! Não seja ignorante, que não lhe fica bem! Por muito que queira agradar à Satinha, não lhe fica bem porque só lhe atesta ignorância!
Um aviao na Terceira só tem custos adicionais se lá for colocado da mesma forma que o ATP: em pernoitas! O ATP pernoita na Terceira uma ou duas vezes por semana e isso sim são custos adicionais: Ajudas de custo para os tripulantes, hotéis, etc. Agora se a Terceira fosse base, esses custos não existiriam, tal como não existiam no tempo do Dornier! OS mecânicos das Lajes que lá existiam no tempo do Dornier, continuam lá e vão continuar (disse-o a própria sata), pois não são apenas mecânicos de Dornier, são mecânicos de ATP, DASH, Airbus ... e as manutenções são feias em ponta delgada, como sempre foram! tal como as do Dornier o eram! Ou tal como as manutenções dos A320 e A310 são feitas em lisboa apesar de também terem base em Ponta Delgada, ou tal como o ATP da MAdeira faz manutenção em ponta delgada apesar de estar baseado na madeira!...
Faça-nos um favor: volte para escola, aprenda e depois se tiver mesmo a necessidade de meter os pés, então fale um bocadito, mas não se estique porque se não nunca mais se safa na sata! Mas por outro lado pode-se safar no GR, onde os lambe-botas, de discursos politicamente correctos, têm entrada directa!
A Terceira é que têm condições a nivel de tudo.
A pista é maior já para não falar na Aerogare...
A Terceira é que devia ficar desde do pincipio com a frota toda concentrada nas Lajes mas São Miguel fala sempre mais alto!