Pelo que tenho lido e ouvido por aí, dá-me a impressão que muita gente não percebe muito bem as implicações que uma liberalização total das rotas para os Açores traz.
Seria muito lindo se fosse tudo tão simples como liberalizar as rotas e pronto, temos viagens mais baratas. Mas não é bem assim que as coisas funcionam, e para dar um exemplo basta ver a trapalhada em que nos tínhamos metido se a Air Luxor tivesse ficado com a rota para S. Miguel no tal concurso polémico. Muitos criticaram o Governo Regional por alegado proteccionismo à SATA em não aceitar a Air Luxor que traria alegadamente voos mais baratos por não pedir as indemnizações compensatórias, mas a verdade é que quando lhe deu na gana a Air Luxor simplesmente deixou de voar para a Madeira sem grandes explicações, mesmo estando abrangida por obrigações de serviço público. Imaginem o que não teria sido se não tivesse que prestar contas a ninguém ao voar nos Açores sem indemnizações. E o mal não foi pior neste caso porque para a Madeira voam outras três companhias...
O serviço aéreo para os Açores não é um privilégio, é uma necessidade, e como tal não seria bom ter uma companhia do estilo Ryanair a fazer este serviço. É verdade que os preços são baratos, mas além do bilhete há que pagar 6 euros por cada peça de bagagem, que se exceder os 15kg ainda são mais 8 euros por cada quilo extra! Se quiser comer a bordo paga, se quiser mudar a data da viagem paga, basicamente tudo o que um passageiro Açoriano toma como garantido quando compra um bilhete para o continente é considerado um extra e a palavra-chave aqui é paga! Talvez até fosse bom para os turistas, que apareceriam em massa, mas, na minha opinião, também não deve ser este o objectivo do turismo Açoriano. O importante aqui é que no fim de contas quem perde é o Açoriano que é quem realmente precisa de utilizar o avião por necessidade porque deixa de ter muitas regalias a que está habituado, para além dos comerciantes que ficam sem garantias no transporte de carga, também abrangido pelas obrigações de serviço público. Além disso companhias deste tipo só fazem reservas de ponto a ponto, ou seja não há Lisboa - Terceira - Graciosa para ninguém, quem tiver de ir para uma ilha onde não existam voos directos paga outro bilhete.
Este é um dos maiores pormenores que convém não esquecer! Somos 9 ilhas. Um passageiro das Flores tem o direito de pagar o mesmo que um passageiro de S. Miguel para chegar a Lisboa, e isso só é possível devido ás obrigações do concurso público.
Claro que uma redução nos preços seria bom, mas temos que compreender que as coisas não são assim tão fáceis. Não temos um óptimo serviço, mas as coisas podiam ser bem piores. Estamos a evoluir devagarinho e já temos muitos voos charters que não existiam há alguns anos atrás. Mesmo na Madeira, que são só duas ilhas com muito mais voos que nós, só agora se começa a falar a sério numa liberalização completa das rotas para Lisboa. Será bom vermos o seu exemplo, tirar boas lições dos resultados e adaptarmos soluções para os Açores, não devemos ficar parados neste modelo, mas a liberalização completa não é para já a solução.
Seria muito lindo se fosse tudo tão simples como liberalizar as rotas e pronto, temos viagens mais baratas. Mas não é bem assim que as coisas funcionam, e para dar um exemplo basta ver a trapalhada em que nos tínhamos metido se a Air Luxor tivesse ficado com a rota para S. Miguel no tal concurso polémico. Muitos criticaram o Governo Regional por alegado proteccionismo à SATA em não aceitar a Air Luxor que traria alegadamente voos mais baratos por não pedir as indemnizações compensatórias, mas a verdade é que quando lhe deu na gana a Air Luxor simplesmente deixou de voar para a Madeira sem grandes explicações, mesmo estando abrangida por obrigações de serviço público. Imaginem o que não teria sido se não tivesse que prestar contas a ninguém ao voar nos Açores sem indemnizações. E o mal não foi pior neste caso porque para a Madeira voam outras três companhias...
O serviço aéreo para os Açores não é um privilégio, é uma necessidade, e como tal não seria bom ter uma companhia do estilo Ryanair a fazer este serviço. É verdade que os preços são baratos, mas além do bilhete há que pagar 6 euros por cada peça de bagagem, que se exceder os 15kg ainda são mais 8 euros por cada quilo extra! Se quiser comer a bordo paga, se quiser mudar a data da viagem paga, basicamente tudo o que um passageiro Açoriano toma como garantido quando compra um bilhete para o continente é considerado um extra e a palavra-chave aqui é paga! Talvez até fosse bom para os turistas, que apareceriam em massa, mas, na minha opinião, também não deve ser este o objectivo do turismo Açoriano. O importante aqui é que no fim de contas quem perde é o Açoriano que é quem realmente precisa de utilizar o avião por necessidade porque deixa de ter muitas regalias a que está habituado, para além dos comerciantes que ficam sem garantias no transporte de carga, também abrangido pelas obrigações de serviço público. Além disso companhias deste tipo só fazem reservas de ponto a ponto, ou seja não há Lisboa - Terceira - Graciosa para ninguém, quem tiver de ir para uma ilha onde não existam voos directos paga outro bilhete.
Este é um dos maiores pormenores que convém não esquecer! Somos 9 ilhas. Um passageiro das Flores tem o direito de pagar o mesmo que um passageiro de S. Miguel para chegar a Lisboa, e isso só é possível devido ás obrigações do concurso público.
Claro que uma redução nos preços seria bom, mas temos que compreender que as coisas não são assim tão fáceis. Não temos um óptimo serviço, mas as coisas podiam ser bem piores. Estamos a evoluir devagarinho e já temos muitos voos charters que não existiam há alguns anos atrás. Mesmo na Madeira, que são só duas ilhas com muito mais voos que nós, só agora se começa a falar a sério numa liberalização completa das rotas para Lisboa. Será bom vermos o seu exemplo, tirar boas lições dos resultados e adaptarmos soluções para os Açores, não devemos ficar parados neste modelo, mas a liberalização completa não é para já a solução.
Comentários
O que vai acontecer na Madeira é que a rota Funchal-Lisboa não vai ser liberalizada, o estado vai pagar a quem quiser voar para lá, sem concurso, um valor fixo por cada passageiro transportado. Não por lugar oferecido que é o que acontece nos Açores e acontecia antes na Madeira porque com esta modalidade temos como acontece em Santa Maria e no Pico onde as companhias voam ao dia que querem e não quando podem ter mais passageiros. Fiz-me entender... o processo que está a acontecer na Madeira irá obrigar as companhias a adequarem os horarios às necessidades dos passageiros e isso não seria muito melhor para nós Açorianos?
E ainda vou mais longe, se fosse liberalizada a rota PDL-LIS para qualquer companhia sem necessidade das restantes obrigações no contracto actual tenho a certeza que mesmo assim uma viagem das Flores para Lisboa seria mais barata do que é actualmente, e paga-se 170 Euros aprox. das Flores para São Miguel.
Pikaroto
A liberalização do espaço é sempre benéfica para o consumidor e este è que interessa.Garantidamente se uma Ryanair vier para os Açores os preços serão muito mais baixos.Se o voo é de Pdl ou TER ou Hor,pouco interessa o importante é que qualquer açoriano pague o mesmo e para isso o subsidio têm que ser dado nos voos inter-ilhas e não para o exterior. Temos que deixar de pensar no eu também quero porque assim não vamos a lado nenhum.
ABRAÇOS