A Complementaridade do Pico e Faial no transporte aéreo e o aumento das pistas


Para esta reflexão, vamos assumir que é necessário e há procura para voos diretos internacionais para o triângulo.

Se assim for, precisamos de um aeródromo que possa oferecer condições de operacionalidade que não condicionem de forma relevante a regularidade e rentabilidade da operação. O triângulo não tem um aeródromo com essas condições.

O nevoeiro pode ser mitigado no Faial com o RNP, mas não se resolvem os dias de nevoeiro cerrado.

O vento Sul pode ser mitigado no Pico com uma pista maior, que dê margem de manobra nas aterragens, mas não se resolvem os dias de ventania.

Estar vento forte no Pico e nevoeiro no Faial ao mesmo tempo é mais raro, o suficiente para que, considerando-se as duas pistas como o aeroporto de entrada no triângulo, a regularidade das operações possa igualar ou superar a dos restantes pontos de entrada na região.

Assim, para que o triângulo assuma um papel relevante na entrada de turistas estrangeiros na região, as infraestruturas aeroportuárias do Pico e do Faial têm de manter valências que permitam a operação do mesmo tipo de aeronaves.

Não quer isto dizer que as pistas precisam de um aumento. (Exceto para implementação de RESA no Faial)

Existindo procura real por uma entrada direta no triângulo, ela pode ser materializada “amanhã”. As obrigações de serviço público só existem para os voos inter-ilhas e para as ligações ao continente, qualquer companhia pode voar quando quiser de outro país para o Faial ou para o Pico, tal como fez a TUI. Existem também aeronaves de última geração com autonomia para voar da Europa para o triângulo, algumas até da costa Este da América do Norte, que podem operar nos seus pesos máximos com as distâncias declaradas das atuais pistas do Pico e Faial. Falo dos Embraer 190 e dos novíssimos Bombardier CSERIES 100, ambos na classe dos 110 passageiros.

Por isso pergunto, precisamos de adaptar as pistas aos aviões ou os aviões às pistas?


P.S. São Jorge fica de fora desta reflexão devido à dimensão da pista (LDA 1270m) e à sua orografia, que limita a possibilidade da pista crescer e a implementação de aproximações por instrumentos.

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