Fly Azores

Pois é, por mais simbolismo com que a "pomba" possa estar carregada a verdade é que lá apareceu o Fly Azores por cima do SATA. Já passou algum tempo desde a primeira aparição da nova imagem e finalmente vi os Dash ao vivo. De facto esta pintura não está má e os tons de azul assentam muito bem na fuselagem do Q200, mas o logo continua a não me cativar. O regresso do Fly Azores vem reforçar a ideia de que todo o simbolismo com que foi apresentado é muito bonito, mas na prática não é suficiente para realçar a identidade Açoriana da companhia.


A idade dos Dash foi também amplamente discutida esta semana. É verdade que não são aviões novos, mas dados os programas de manutenção em vigor não estamos perante um factor crítico. Ao nível de conforto para o passageiro há uma melhoria em relação ao ATP e em termos de vantagens operacionais para a SATA também não há duvidas de que é um avião mais versátil que o Dornier, uma vez que este último acaba por ser muito pequeno para ser eficiente noutras rotas para além do Corvo. A questão da segurança nem vale a pena discutir porque nunca pode ser comprometida, nem o é só porque uma aeronave já vai a metade da sua vida operacional, ou mesmo nas que estão em fim de vida.
Acredito que os ATR também fariam um bom trabalho nos Açores mas considero que, tendo ainda em conta as novas aspirações para a SATA Air Açores, os Dash foram mesmo a melhor opção.
Quanto à concentração da frota em S. Miguel, temos de ver que o Dornier só faz os voos para o Corvo. Os horários da SATA com excepção dos voos para o Corvo já estão todos programados considerando uma única base em Ponta Delgada. Assim, apenas os voos para o Corvo sofrem uma verdadeira alteração com a saída do Dornier, que não será tão significativa como se quer fazer parecer. A questão da melhoria nas ligações do grupo central não se põe porque os horários actuais permitem boas ligações a S. Miguel que podiam ser prejudicadas com o Dash a voar só no grupo central. Assim, possíveis vantagens nas ligações à Terceira resultariam em piores ligações a S. Miguel.
Por outro lado, quando se fala na necessidade de ter um avião na Terceira para assegurar voos em dias que o aeroporto de S. Miguel esteja inoperacional, eu pergunto o que é que o Dornier Resolve hoje em dia? E em caso de catástrofe quem trata dos serviços de protecção civil é a FAP e não a SATA.
Deste modo, embora pudesse ser interessante ter mais do que uma base nos Açores, a verdade é que os custos que isso acarreta não justificam as vantagens que daí possam surgir. A única razão que vejo para a descentralização da frota é a questão do desenvolvimento harmonioso de todas as ilhas e a distribuição de valências por todas elas, mas é engraçado ver que quando se reclama da tri-polaridade, que ainda se consegue sentir, não vemos qualquer reacção da Terceira, mas assim que são os pés deles trincados... É a barulheira que se vê, utilizando alguns argumentos que são no mínimo questionáveis.

Comentários

Anónimo disse…
... "tri-polaridade, que ainda se consegue sentir".
Primeiro, dizer-lhe que estou muito feliz com o seu "regresso". Segundo, a tri-polaridade, na minha modesta opinião, ainda é das coisas mais palpáveis por estes Açores além. E vai levar o seu tempo...
Votos de um domingo bem passado.
Anónimo disse…
Esta não a altura para os Terceirenses reclamarem a tripolaridade, mas sem sem duvida que o Rui tem toda a razão, porque as justificações e exigencias feitas , não podem ser aceites...e porque não se na terceira pensassem em trabalhar um pouco mais, sim porque a vida não pode ser feita de festa para alguns, e outros trabalham e apertam o cinto!!!
Rui Medeiros disse…
Podem ver aquiuma foto do CS-TKO já com o Fly Azores na fuselagem. Pessoalmente acho bem que esta frase volte aos aviões. Mas foi um acrescento, e penso que no A320 isso nota-se muito. É pena não ter sido incorporado na pintura desde o inicio do projecto.
Carlos Madruga disse…
É realmente triste ver um adepto da aviação, que supostamente deveria ter uma percepção mais apurada para estes assuntos, ter uma visão tão redutora dos assuntos abordados neste post.

É realmente triste que em tanta palavra escrita, apenas a referência ao "Fly Azores" se aproveite.

É realmente uma vergonha ver um habitante do Grupo Central - só pode ser um Micaelense infiltrado... - estar contra a sua própria ilha de residência e contra os Grupos Central e Oidental.

Pior do que não ver é não querer ver!